quarta-feira, 14 de setembro de 2011

RAW x JPEG – Qual o melhor?

Qual o melhor? Vamos direto ao ponto. Vai depender de que tipo de usuário você é.
  •  Fotógrafo amador que registra os filhos no parque final de semana. Vá de JPEG. 
  • Fotógrafo em início de carreira que está aprendendo o que é velocidade, abertura e ISO. Vá de JPEG.
  • Fotógrafo profissional que domina o equipamento e a técnica. Se está fotografando em JPEG, sugiro ao menos cogitar o RAW para curto prazo. Veja por que.
O Jpeg é um formato universal. Praticamente qualquer programa destinado à visualização de imagens abre este tipo de arquivo. A maioria das máquinas fotográfica amadoras nem tem outra opção para gerar arquivo de foto. Ele traz muita versatilidade no manuseio, qualquer DVD de camada única pode arquivar milhares de fotos, pois aquele é bastante compactado, mesmo com definições de qualidade máxima. Jpeg é quase sinônimo de um arquivo de foto digital. Para colocar na internet, mandar para o laboratório para ampliar, colocar em fundo de tela, compartilhar no Orkut e Facebook. Se partirmos para enumerar aonde um arquivo de imagem Jpeg pode ser utilizado, seria como redigir uma lista telefônica, já que praticamente tudo o que se refere a imagem digital comporta um Jpeg.
Mas não são apenas flores, este tipo de arquivo tem uma grande limitação, exatamente para quem precisa fazer manipulações na imagem e necessite preservar a qualidade original, que atinge em cheio um segmento muito especial e de grande expressão no ramo da fotografia, aonde Jpeg não caberia. Pensou em eventos sociais? Exatamente cobrir um casamento, como exemplo, com sua máquina fotográfica gerando arquivos Jpeg não é nada recomendável e por uma série de motivos.  Da mesma forma que as vantagens e facilidades do uso de um Jpeg geram uma lista gigantesca, para uso profissional as desvantagens geram outra de igual tamanho.
1.       Imagem super exposta. Quantas fotos você já perdeu, ou o seu funcionário Free Lance, numa cena com dois ou três pontos estourados. O vestido da noiva parece mais um lençol, pois não tem detalhes, não se vê dobras ou contornos, é um imenso abajur com uma noiva dentro. Pois é, se estivesse em Raw a correção seria possível, e com qualidade. Ocorre que a captura em RAW preserva a informação da imagem original, mesmo que bem super exposta. Ela visualmente na tela do computador não aparece, mas como mágica na correção do histograma, você percebe que ela reaparece e com todos os detalhes de contornos, contraste e cores, esta necessitando de um a ajuste fino, mas está lá, tudo o que você precisa para oferecer uma imagem perfeita.
2.       Gama de cor. Lembra daquela foto que você baixou a velocidade para um melhor aproveitamento da luz ambiente, e a imagem ficou totalmente amarelada ou azulada, e não teve tempo de corrigir branco para fazer outra? Daí você tentou corrigir, tentou, e tentou novamente, e o máximo que você conseguiu foi acentuar a granulação, deixando a cor quase correspondente, e uma imagem meio “desmaiada” e pensando, “não está bom, mas acho que passa”? Em Raw a correção seria muito mais precisa e fácil. Não haveria perdas na imagem.
3.       RGB para CMYK. Você está com uma imagem em JPEG e precisou mandar para uma gráfica para fazer reproduções Off Set, portanto converteu  RGB para CMYK. Mais uma vez não foi o esperado, há grandes diferenças na cor, contraste e ainda parece que tem um filtro “Fog” na frente. Partindo de um arquivo Raw o resultado seria bem melhor. Pior ainda quando você manda para gráfica um Jpeg e eles sem nenhum critério fazem a conversão.
4.       Colorido para Preto e Branco. Por que será que depois de uma imagem colorida receber seu tratamento mega especial, com uma correção pra lá de caprichada você aplica um filtro preto e branco no Photoshop ou por meio de desaturação, e tem-se a impressão que você não havia feito nada na foto? Precisa fazer tudo de novo no P&B. Exato. Mais uma vez fez falta o arquivo estar em Raw.
Acima são apenas quatro situações corriqueiras do nosso dia a dia que você teria vantagens enormes em fotografar em Raw. Mas na verdade a coisa é mais radical um pouco. Se você fotografar, e esta imagem obrigatoriamente passará pelo photoshop para qualquer procedimento de alteração na imagem, seja corrigir a exposição, contraste, ou qualquer outra coisa que te obrigue a salvar a própria imagem ou gerar outra a partir dela com o comando “salvar como”, você já deveria fotografar em Raw. O resultado final não é um pouco superior, é infinitamente superior, além da enorme versatilidade. O processo de compactação, sempre traz degradação a imagem. Imagine você que quando sua câmera salvou a imagem em Jpeg, ela degradou um pouco sua qualidade, definição, cor, enfim, todos os aspectos do arquivo. Você levou para seu computador e aplicou um tratamento e salvou, degradou mais pouco. No dia seguinte você percebe que esqueceu algo ou o seu cliente pede mais alguma alteração naquela foto. Esta imagem que já nasceu compactada será reescrita três vezes por novas compactações e correções.
Faça alguns testes, são bem simples. Fotografe o mesmo tema, sob as mesmas condições em Raw e Jpeg. Faça duas ou três manipulações do arquivo com parâmetros idênticos e salve o próprio arquivo e compare o resultado.
Mais um teste, este é fabuloso, você perceberá com propriedade a vantagem de se fotografar em RAW. Fotografe em RAW e Jpeg um tema qualquer, e vá para uma situação extrema, propositadamente deixe de dois a três pontos estourados, sempre usando parâmetros idênticos de velocidade e f stop. Leve ao nosso amigo Photoshop e faça a correção nos dois arquivos e veja o resultado. Você vai começar a sentir um ódio mortal do Jpeg.
Raw também não são apenas flores. Você vai precisar se preparar para alterar seu fluxo de trabalho, visando aperfeiçoar o uso deste tipo de arquivo, que numa imagem apenas pode gerar acima 15 MB. Isso representa adquirir mais cartões para sua máquina fotográfica, comprar mais HD para a guarda deste material, além de pensar em uma solução interessante para backup. Quando for apresentar provas para seu cliente precisa ser em Jpeg, pois dificilmente quem não é profissional terá o plugin na máquina para decodificar este tipo de arquivo. Nada que o uso de uma ACTION no Photoshop não resolva de forma rápida. Veja neste link como fazer uma ACTION http://dicasparafotografosecinegrafistas.blogspot.com/2011/09/photoshop-cs5-aprenda-automatizar.html
Outro detalhe importante é que um arquivo RAW é uma espécie de arquivo cru, numa analogia seria uma espécie de “negativo digital” onde não há modificações tentando melhorar o aspecto da imagem via software da máquina fotográfica, como acontece com o Jpeg. Isso vai impor ao fotógrafo que faça correção básica de todos os arquivos antes de mostrá-lo ao seu cliente. Mais uma vez uma ACTION dentro de ações em lote no photoshop, pode resolver isso com meia dúzia de cliques. Você faz básico inicialmente e gera suas amostras, dependendo da sua necessidade. Com a vantagem que você está com a guarda dos originais, que versáteis, você pode fazer praticamente qualquer coisa com eles.
Tenho a sugestão para pré produção com imagens RAW a utilização também do Lightroon da ADOBE. É um programa fabuloso para fotógrafos profissionais e muito simples de operar. Mas para quem está habituado ao Photoshop pode usá-lo sem restrições, desde que saiba automatizar tarefas, senão isso vira um martírio. E para quem não sabe como automatizar, fique tranqüilo, é muito simples e com algum empenho você fica craque em poucos dias.
No começo parece meio assustador sair da rotina amigável de se trabalhar com o simplíssimo Jpeg, e partir para algo mais complexo. Mas são atitudes como essa que separam o joio do trigo. Os melhores profissionais do Brasil e do mundo, aqueles que realmente se destacam, tem seu diferenciais bem evidenciados, e na maioria das vezes não se trata de marketing de fotógrafo. Estudo, técnica aplicada, e uso do que há de melhor em tecnologia, além do marketing. E falando dos “Tops” da fotografia brasileira, sem medo de errar, todos, mas absolutamente todos usam o Jpeg somente como saída final para laboratório.
Se você tem um público mais simples, com menor grau de exigência, não tem problema, oferecendo um produto superior, sempre haverá aquele que vai perceber a superioridade do seu material, que fará diferença na hora de fechar o contrato, e muitas vezes se habilitar em pagar um pouco mais pelo seu trabalho.
Abaixo alguns links com mais informações:

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